quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Anna Lindh

Ontem, durante uma reunião de trabalho no Centro Norte-Sul do Conselho de Europa, foi focada a cooperação mantida entre o Centro e a Fundação Anna Lindh, com sede em Alexandria, no Egito, dedicada a desenvolver o respeito mútuo entre as culturas de ambas as margens do Mediterrâneo. Entre o Centro e a Fundação há importantes áreas de interesse comum que já têm sido exploradas e tentaremos continuar a aprofundar.

Anna Lindh era ministra dos Negócios estrangeiros da Suécia quando, em 11 de setembro de 2003, foi barbaramente assassinada num loja, em Estocolmo, por razões nunca totalmente esclarecidas.

Entre 1998 e 2001, cruzei-me com regularidade com Anna Lindh nos Conselhos de ministros "Assuntos Gerais", onde ela era homóloga de Jaime Gama. Era uma mulher sorridente, pessoalmente muito agradável, sempre determinada nas suas posições, com uma linha de intervenção política de onde decorria um evidente sentido de solidariedade internacional. Relevar a sua memória através da Fundação que leva o seu nome é uma merecida homenagem.

A imagem mais forte que dela guardo foi a simpática despedida pública que me fez, durante o último Conselho de ministros da UE a que estive presente, em Bruxelas, em janeiro de 2001, ao tempo em que ela presidia ao Conselho. Nessa intervenção, fez uma simpática alusão ao facto de eu me sentar naquelas cadeiras desde há mais de cinco anos e disse da "inveja" que sentia por eu ir viver para Nova Iorque. Aí nos voltámos a cruzar, meses depois, pela última vez. Disse-me: "Já esqueceste Bruxelas? Nem te pergunto se estás a gostar de viver por aqui..." 

3 comentários:

Defreitas disse...

O caso Anna Lindh, faz-me pensar no assassinato duma outra personalidade sueca, o primeiro ministro Olof Palme.
Se a posição firme de Olof Palme contra o Apartheid na África do Sul levou a suspeitar os serviços secretos deste país como autores do assassinato, tal não se pode dizer do assassinato de Anna Lindh, que não tem nenhuma explicação.
Assim vão as coisas da vida nas nossas democracias, permeáveis a todas as correntes, num mundo onde as ditaduras fomentam a opressão, o ódio e a crueldade. Os seus servidores estão presentes por todo o lado.
J. de Freitas

Anónimo disse...

A Anna Lindh, quem tive a honra de conhecer pessoalmente em Hanoi, Vietnam, no ano 2002 durante uma visita dela a esse país, era, de facto, uma pessoa encantadora.

A Anna era, também, uma pessoa políticamente muito popular e hábil que, certamente, tería sido eleita lider do partido social-democrata sueca e, consequentemente, teria sido uma forte candidata para o lugar de primeiro-ministro, se não tivesse desaparecido tão cedo e dessa forma inesperada. Foi uma enorme perca para a Suécia!! Abraço Bo

ARD disse...

Tive ocasião de a conhecer e de participar em duas reuniões em que esteve presente, em Belgrado e em Skopje, durante uma visita sua aos Balcãs. A Suécia detinha, creio, a presidência da UE e ela era acompanhada por Javier Solana.
Guardo a imagem de uma pessoa que temperava a firmeza política com uma boa dose de equilíbrio.

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